BIOGRAFIA

COMPOSITOR E CANTOR DO SAMBA TRADICIONAL CARIOCA

Caricatura ErnestoErnesto Pires não é apenas dono de uma das melhores vozes que o samba nos tem apresentado nesses últimos tempos. É intérprete. Desses que não surgem toda hora. Tem suingue. Tem bossa. Tem malandragem e sotaque de samba. Tem o timbre encorpado de quem jamais perde a ternura da afinação. Nascido em Copacabana, Rio de Janeiro, convive com arte desde menino. Aos 7 anos de idade, ganhou seu primeiro violão e já mostrava talento em percussão dando seus primeiros passos em baterias nos blocos de rua. Tocou em todos do “eixo Saens Peña-Largo do Estácio”, como ele mesmo diz. E a música entrou de vez na vida de Ernesto. Participou de festivais e começou a cantar e tocar na noite do Rio e São Paulo. Na mesma Copacabana em que nasceu, conheceu o Bip Bip, trincheira do samba onde reencontrou amigos como Paulão 7 Cordas e Henrique Cazes, e passou a conviver com sambistas consagrados.

Inscreveu seu nome na antologia do samba em 2000 com seu CD de estréia, "Novos Quilombos". Sem qualquer apoio da chamada indústria cultural, conseguiu reunir preciosidades de compositores como Wilson Moreira, Serginho Meriti, Alcino Corrêa, o Ratinho, e até um tesouro perdido do mestre Heitor dos Prazeres e três composições próprias. Ernesto já dividiu palcos Rio afora em grandes eventos públicos anuais como “Rio Folia” e “Réveillon Rio” com bambas como Zeca Pagodinho, João Nogueira, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz e Elza Soares, entre outros. É também um dos precursores do “Trem do Samba”, evento que concentra enorme público, onde se apresenta anualmente. Contribuiu também na revitalização da Lapa/RJ, com diferentes shows, em prestigiadas casas do bairro como Carioca da Gema e Rio Scenarium. Bateu ponto também em diversos estados com diferentes shows.

Gravou coros em vários discos. Em 2001, em “Dorina.com”, da cantora Dorina. Em 2002, “Flores em Vida”, de Nelson Sargento, finalista no Grammy Latino. Em 2003, em “Maxixe não é samba”, de Vó Maria, a viúva de Donga. Em 2004, em “Vida de compositor”, de Wanderley Monteiro. Em 2009 no CD de resgate “Roda de partido alto”.

CD Mestiço
CD Novos Quilombos

Em 2005, interpretou o samba vencedor do 1º Festival de Sambas de Terreiro da Portela, "Voltei pra Portela¨, de Alcino Corrêa, seu parceiro Ratinho, e gravou-o em 2006, no CD "O rato sai da toca". No mesmo ano, gravou, de sua autoria, "Sem segunda, só primeira" no CD “Roda se samba do Bip Bip”, e no DVD “Renascença Samba Clube” a sua "Lua. Em 2006/2007, Ernesto cantou a história do samba numa série de grandes shows apresentados nos jardins do Arquivo Nacional[RJ, chamado "Arquivo do samba". Em 2008, regravou "Lua" no CD "Melhores do samba da Lua Discos.

Biografia
Em 2010 esteve em Sesimbra/Portugal, em shows no Quilombo e nas escolas de samba locais Bpta no Rego e Trepa no Coqueiro.

Ernesto chega agora a seu segundo CD, depois de dez anos de espera. É “Mestiço”, disco mais apurado que o primeiro, com um timaço de músicos e técnicos. A lista é de seleção brasileira, a começar pela produção musical, assinada por João de Aquino. A apresentação do craque Aldir Blanc fielmente traduz o talento do Ernesto quando diz: “E é tão bonito ver o ramo pejado de orvalho, sangue do samba, florescer na voz e nas composições de Ernesto! São artistas como ele que tiram o samba da agonia...”. Diferentemente do primeiro CD, quando apenas três faixas eram dele, Ernesto assina agora a grande maioria das músicas. Algumas, com parceiros consagrados como Sérgio Fonseca, Sérgio Natureza, Toninho Nascimento, Delcio Carvalho e, o Ratinho (Alcino Corrêa). “Mestiço” traz o que o nome promete – uma mistura de sambas com ritmos regionais, que traduzem a fé (e ou as muitas “fés”) do Brasil. É disco pra ser apreciado, ouvido e reouvido, em que há um bom casamento de melodias e letras. Foi lançado com sucesso de público e crítica em 2010/2011 em locais como Teatro Rival Petrobrás/RJ, SESC, Traço de União/SP, entre outros. O CD Mestiço foi lançado em novembro de 2010 no Teatro Rival/RJ e no Traço de União/SP em abril de 2011.

Terra Batida

Seu mais constante parceiro, Sergio Fonseca, convenceu-o a participar de concursos. Em 2011/2012 entraram em quatro. Suas canções foram finalistas em dois, Marcha dos 4 no 7ª Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas da Fundição Progresso/RJ e Vou rolando no 1º festival de Partido alto do CC Cartola/RJ. E semifinalistas em outros 2, com a música Úmida semente no 4º Festival de Samba de Quadra/RJ e com Classificado na Exposamba/SP. A dupla resolveu apostar também na riqueza da MPB. Daí compuseram canções que vão desde os antecessores do samba lundu, jongo e maxixe, até gêneros nacionais tradicionais como frevo e coco. Tal caldeirão musical gerou o primeiro CD da dupla: TERRA BATIDA onde constam 20 canções que passeiam por estes inúmeros ritmos. Foi lançado com sucesso no Sesc Nova Iguaçu (RJ), Sala Municipal Baden Powell (RJ) e em outros estados como SP e AM. Atualmente, o operário do samba, como definiu João Pimentel, bate ponto nas rodas da Rua do Ouvidor: Samba do Peixe e Toca Samba.

Durante a pandemia da covid, fez lives e programas semanais solo pelo Instagram e Facebook, produziu inúmeros vídeos de suas composições e gravou o CD/DVD single Valsa para Antonio. Todo este material foi postado no canal do YouTube do artista.

Salve Ernesto!

Marceu Vieira – 2022